Causos de xadrez 4

Montar a equipe que disputaria os Jogos Regionais de 1998, em Santa Bárbara, foi uma empreitada difícil. Martinho não poderia participar devido à recente perda de seu pai. Jairo não queria ou não podia ir, Clóvis também não, tampouco Zé Miranda. Sobramos o Jaime e eu, e precisávamos de 5 jogadores. Saí à caça de jogadores disponíveis. Rolando aceitou, achamos Juan, cuja história conto semana que vem, e completamos com o Nilzo Caetano, que pouco sabia de xadrez. Torneio básico, 17 equipes. Paulínia com Rodrigo Disconzi, mestre FIDE e campeâo paranaense, Adriano Rodrigues, campeão paulista daquele ano, Santa Bárbara com João de Deus e James Mann de Toledo, mestres internacionais, Americana com os capivaras Rafael Leitão e Giovanni Vescovi, dois de nossos Grandes Mestres Internacionais. Ficamos em 15º. O nosso eclético GM Alonso disputava xadrez e tenis de mesa ao mesmo tempo, na primeira partida, contra Iracemápolis (ganhamos). Chegou suado e ofegante, na época ainda era fumante, e venceu nosso amigo e seu colega de profissão Nadir, bom jogador. Ao comentar a partida, como de praxe, elevou ligeiramente a voz, que se fez audível a todos os participantes e incomodou um jogador de uma cidade vizinha, cujo nome omitirei por questões de educação. Pessoa até certo ponto intransigente, levantou-se e reclamou do nosso Jaime: " Se fosse na França o Senhor estaria eliminado do torneio. Lá não acontece essas coisas!", Nosso amigo de sempre, que na época ainda não era "Paz e amor" não se fez de rogado e devolveu: "Pois então o Senhor vá jogar na França, aqui estamos em Santa Bárbara D'Oeste, Brasil!"