Pico da Bandeira - Minas Gerais/Espírito Santo

                                               Incompleta, mas nem de longe frustante.


   A ideia surgida a partir de um encontro corriqueiro do G7, foi finalmente posta em prática no dia 19 de junho passado. Três corajosos membros (Fernando, Jaime e Nei), ocupados normalmente em praticar esportes bem menos cansativos uniram-se a outros seis aventureiros, a saber: Fernanda, Regina Carminha, André Deco, Wilmer, Bill e Raoni e partiram de suas cidades (Campinas, Artur Nogueira, Sorocaba e Manhuacú) para se encontrarem em Alto Caparaó, cidadezinha aprazível a 1.200 metros de altitude na divisa dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo para "escalarem" o famoso Pico da Bandeira, 2.892 metros.

O grupo, extremamente heterogêneo, contando desde experientes montanhistas até marinheiros de primeira viagem, jovens em torno dos 20 anos até idoso com mais de 60 primaveras, atletas quase profissionais com sedentários que mal saem de suas poltronas, tomou por base a simpática "Pousada do Bezerra", situada aos pés do Parque Nacional da Serra do Caparaó, onde se encontraram por volta das 13 horas.











A etapa seguinte foi o deslocamento de carro até o ponto de partida da trilha, no local chamado "Tronqueira"(para quem não sabe o significado, porteira feita de arame e pedaços de pau entre cercas, para possibilitar a passagem do gado), a 1.970 metros, onde a aventura enfim teve início, a partir das 14:30. A notável beleza do lugar por ali já se fazia notar.





Um detalhe interessante é que por pouco a aventura não terminou por ali, pois ninguém sabia da obrigatoriedade de agendamento da visita, que não foi feita. Por sorte haviam poucas pessoas no parque naquele dia e o problema foi contornado. 
Os jovens Fernanda, Bill, Wilmes e Fernando logo tomaram a dianteira na pedregosa trilha, seguidos pelo Jaime, que surpreendeu pela disposição. Por penúltimo Carminha e Nei, os mais sedentários, que devem agradecer ao Raoni e André, que fizeram a retaguarda. Dois verdadeiros "anjos da guarda".



















Caminhada, ou trilha, fantástica. Interessante notar que a Mata Atlântica a partir daí entrega sua força à vegetação de altitude, com pouquíssimas árvores de porte, prevalecendo arbustos e gramíneas, inclusive uma espécie de bambuíra somente encontrada no Parque Nacional do Caparaó.
Por volta das 17 horas chegamos ao Terreirão, local onde passamos a noite para por volta das 2:30 da manhã procedermos o ataque ao Pico da Bandeira. Indescritível o céu que nos brindou, ênfase ao Cruzeiro do Sul, Júpiter e Venus. Frio intenso, segundo o Fernando chegando a 5 graus, tratamos da alimentação e cama, quer dizer, sacos de dormir. Não sabíamos que dali a pouco teríamos o privilégio de ouvir, a 2.370 metros de altitude e em meio ao nada, mais um capítulo da radio-novela "Baixarias da vida alheia", protagonizada por atores do mais alto gabarito que não se importaram nem um pouco em expor suas diferenças e mazelas. Hilário. Infelizmente o tempo mudou rapidamente à noite, com fortes rajadas de vento e uma chuva fina e intermitente, aumentando a sensação de frio e obrigando o animado grupo a abortar a escalada final. Ficará para o próximo ano. Outro contratempo aconteceu com um único membro do grupo, Dr. Jaime, que após escolher a única vaga disponível no "Five Star Resort Terreirão", viu literalmente seu teto ir para o espaço, durante o vendaval. Particularmente ele confessou  que irá proceder o pedido de reembolso do dinheiro depositado. Restou ao grupo aguardar o mal tempo amainar e retornar à Tronqueira, numa não menos bela caminhada.






















Finalmente, por indicação do Nei, que já havia andando por essas plagas, os demais tiveram o prazer de conhecer uma das mais belas cachoeiras do entorno do Caparaó, chamada justamente de "Cachoeira Bonita". Embora o objetivo final não tenha sido atingido, deixando um gostinho amargo, a expedição foi muito agradável, atingindo uma espírito de camaradagem excepcional. Muy buena esta aventura Brasil-Venezuela. A la siguiente.





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